Instituto Pensar - À CPI, Barros nega tratativas com Maximiano sobre Covaxin

À CPI, Barros nega tratativas com Maximiano sobre Covaxin

por: Iara Vidal 


Foto: Agência Senado

A CPI da Pandemia no Senado ouve nesta quinta-feira (12), a partir das 9h30, o líder do Governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), suspeito de ser o mentor por trás das supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin. O depoente afirmou que nunca esteve com o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, sobre tratativas envolvendo a vacina indiana Covaxin. Informação, que segundo Barros, será confirmada pelo executivo quando este for depor à comissão.  

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O depoente de hoje também esclareceu que a contratação da VTClog foi feita pelo Ministério da Saúde 90 dias após a sua saída da pasta, em 2018. A empresa está na mira da CPI por suspeita de ter sido favorecida pelo ex-diretor de Logística Roberto Dias em contratos de transporte no Ministério da Saúde.

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Assista à reunião da CPI

Miranda levou a Bolsonaro foto de matéria do caso Global, diz Barros

O deputado Ricardo Barros (PP-PR) disse que no encontro com Bolsonaro, o deputado Luis Miranda levou cópias de reportagens sobre o suposto envolvimento em contratos firmados com a empresa Global Saúde.

"Luis Miranda faz teatro e fala que o presidente falou meu nome. Luiz Miranda levou ao presidente minha fotografia numa matéria do caso Global. E provavelmente foi a este fato que o presidente se referiu. O presidente nunca afirmou que eu estava envolvido com a Covaxin. Ele perguntou se o Ricardo Barros estava envolvido?, disse o depoente.

Questionamento do relator gera bate-boca

Os questionamentos do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), a Ricardo Barros começaram com tumulto entre os integrantes da CPI. Já na primeira pergunta, Barros repetiu que não foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro no suposto esquema da Covaxin.

Após a exibição de vídeo do deputado Luis Miranda na CPI, Renan reforçou que Jair Bolsonaro não desmentiu as declarações de Miranda. Barros repetiu que o presidente não afirmou que ele estava envolvido nem Miranda, citando o vídeo de uma entrevista.

Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, apontou que, se fosse líder do Governo como Ricardo Barros, exigiria que o presidente negasse publicamente a suposta citação.

Bate-boca sobre a exibição de vídeos e sobre o direito de fala do depoente se seguiu. A reunião foi suspensa.

Depoente nega indicações do PP no Ministério da Saúde

Ricardo Barros esclareceu que seu partido, o PP, não possui indicados no Ministério da Saúde. Segundo ele, o ex-diretor de Logística da pasta Roberto Ferreira Dias teria sido indicado ao cargo pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM-PR).

Barros acrescentou que a servidora do ministério Regina Célia foi indicada para a função de fiscalizar contratos em 2016, na gestão do então ministro e atual senador Marcelo Castro (MDB-PI). A servidora já prestou depoimento à CPI por ter sido apontada como a responsável que autorizou o avanço das negociações do ministério com Covaxin, enquanto a área de importação do ministério constatava problemas e indícios de fraude.

CPI faz minuto de silêncio por morte do ator Tarcísio Meira, vítima de covid

A pedido de Randolfe Rodrigues, a CPI fez um minuto de silêncio em respeito pela morte do ator Tarcísio Meira, aos 85 anos, ocorrida na manhã desta quinta em São Paulo. O ator foi vítima da covid-19.

Outros parlamentares apresentaram emendas semelhantes, diz Barros

Ricardo Barros disse que emendas para autorizar a compra da Covaxin foram apresentadas por outros parlamentares, entre eles Omar Aziz e o irmão de Renan Calheiros, o deputado Renildo Calheiros. E apontou que Randolfe Rodrigues relatou a Medida Provisória 1.026 de 2021,  a MP das Vacinas. Segundo ele, todos queriam acelerar a vacinação. 

Lei exige empresa brasileira na compra de vacinas, afirma Barros

Ricardo Barros afirmou não haver irregularidade na participação de empresas brasileiras na negociação de vacinas com laboratórios estrangeiros. Ele lembrou que, pelo artigo 32, parágrafo 4o, da Lei de Licitações (Lei 8.666, de 1993), "as empresas estrangeiras que não funcionem no país? devem "ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente?.

Barros: Bolsonaro não disse que eu estaria envolvido com Covaxin

Na sua apresentação inicial, Ricardo Barros (PP-PR), líder do Governo na Câmara, disse que o presidente Jair Bolsonaro nunca afirmou que ele estaria por trás das negociações da vacina indiana Covaxin com o Ministério da Saúde. Segundo Barros, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) teria levado uma foto dele ao encontro e, ao mostrar ao presidente, Bolsonaro teria perguntado e não afirmado sobre o seu envolvimento com o caso. Versão que, segundo o deputado, foi confirmada por Miranda em todos os depoimentos e entrevistas. 

CPI quebra sigilo sobre contrato da Covaxin

A CPI aprovou um requerimento que assegura publicidade ao processo administrativo do Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin. Segundo Simone Tebet (MDB-MS), um servidor da pasta impôs sigilo de cem anos sobre os documentos, que foram entregues neste mês à comissão.

A senadora afirma que já leu toda a documentação sobre a compra da Covaxin. Segundo ela, o processo traz "inúmeras irregularidades e crimes?. Simone lembrou uma anedota atribuída ao ex-senador Rui Barbosa sobre roubo de galinhas. Ela perguntou a Omar Aziz (PSD-AM):

"O que faço com tudo o que li, com tudo que vi? Devolvo e espero decisão judicial? Levo ou não levo as galinhas??

Com bom humor, o presidente da CPI respondeu:

"A senhora pode fazer uma boa canja.?

"Já fiz. Só vamos servir no momento oportuno?, arrematou Simone Tebet.

Omar agradece apoio das defensorias contra farmacêutica

No início da reunião, o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), informou que defensores públicos de todo o país já estão trabalhando em estratégias de defesa de pessoas vulneráveis que compraram medicamentos sem comprovação científica contra a covid-19 após recomendação de empresas, autoridades e médicos.

"Fico feliz que possam ajudar em relação ao depoimento de uma indústria farmacêutica que produziu ivermectina e teve aumento de faturamento baseado em medicamento propagado de forma irresponsável?, disse Omar sobre o depoimento de quarta-feira (11) do diretor-executivo da Vitamedic, Jailton Batista.

Randolfe se nega a fazer retratação pedida por Barros

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pediu a palavra para citar notificação extrajudicial do deputado Ricardo Barros (PP-PR), em que pede que o senador se retrate por declarações ao programa "Profissão Repórter?, da TV Globo. Randolfe lembrou que, pela Constituição federal, os parlamentares têm imunidade "de suas opiniões, palavras e votos?.

Barros terá oportunidade de apresentar sua versão, diz Marcos Rogério

Antes do início do depoimento de hoje, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) disse que o depoimento será importante para esclarecer a denúncia contra o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Para ele, Barros terá a oportunidade de dar sua versão sobre a acusação do deputado Luis Miranda (DEM-DF), que disse à CPI ter ouvido do presidente Jair Bolsonaro, que ele, Barros, estaria envolvido nas pressões para a compra da vacina Covaxin.  

Ricardo Barros nega participação em negociação da Covaxin

O deputado disse a jornalistas que todos os mal-entendidos serão esclarecidos aos senadores hoje.

"Esperei até hoje o momento de poder fazer a minha explicação. Eu não participei de nenhuma negociação da Covaxin?, afirmou Barros. 

Eliziane Gama fala da expectativa em torno do depoimento de hoje

Senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) diz que Ricardo Barros tinha grande poder político no Ministério da Saúde e pode esclarecer muitas questões sobre contratos da pasta.

Luis Miranda disse que Bolsonaro desconfiava de seu líder

Segundo apontou o deputado Luis Miranda (DEM-DF) em depoimento à CPI no final de junho, o nome de Ricardo Barros teria sido mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro em conversa no Alvorada. Aos senadores, Miranda disse que Bolsonaro desconfiava da atuação do deputado pressionando o Ministério da Saúde em favor da compra da vacina da empresa indiana Bharat Biotech. 

CPI quer saber da relação de Barros com a Precisa Medicamentos

Senadores querem esclarecer a relação de Barros com Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, que teria intermediado a venda de vacinas da Covaxin para o Ministério da Saúde. Maximiano é sócio de outra empresa, a Global Gestão em Saúde, que intermediou contrato suspeito com o Ministério da Saúde, quando Barros chefiava a pasta. Barros foi ministro entre 2016 e 2018, durante o governo Michel Temer.

Com informações da Agência Senado



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